segunda-feira, 22 de julho de 2013

A FIGUEIRA ESTÉRIL E A PACIÊNCIA DIVINA


Sempre que vejo ensinamentos relacionados à parábola da figueira estéril, contada por Jesus, percebo que a ideia mais enfatizada é a de que tal árvore, como qualquer árvore frutífera, deveria obrigatoriamente dar seu fruto e, caso assim não ocorresse, seu destino seria o corte. Uma representação de quão fértil deveria ser a nossa experiência de vida Cristã, uma existência que produzisse e manifestasse os frutos do Espírito Santo. Entretanto, algo interessante passa despercebido por muitos, o princípio da longanimidade:

“E dizia (Jesus) esta parábola: certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando; E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; E, se der fruto, ficará e, se não, depois a mandarás cortar.” (Lucas 13:6-9)

Nesse contexto, o dono da vinha é visto muitas vezes como uma figura forte, imperiosa e até sem misericórdia... cortar a pobre da figueira, tão nova ainda? Já o vinhateiro, o empregado que estava cuidado do pedaço de terra daquele homem, é visto como a figura que tem “dó” da arvorezinha, e pede clemência ao seu senhor, para que possa cuidar da figueirinha por mais um ano, com o devido zelo. Entretanto, poucos notam um detalhe:

“ ...Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho.”

Uma figueira comum passa a produzir a partir de um ano. Podas devem ocorrer ainda nos três primeiros anos, para o bom desenvolvimento da árvore. Ou seja, durante três longos anos o dono da vinha esperou pacientemente para que a planta passasse a produzir. Foi-se o primeiro ano. Veio o segundo. Já no terceiro ano, o dono da vinha percebeu que seus doces figos não viriam. Deu a ordem fatal: corta-a! Seu servo, que acompanhou toda aquela situação, MESMO SABENDO DO LONGO TEMPO que o seu senhor tinha esperado, pede mais um ano, para que cuidasse de forma mais veemente daquela figueira teimosa...

Usando a figura alegórica em questão, o certo é que Deus espera de nós frutos de justiça...

“Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos.” (João 15:8)
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...” (Gálatas 5:22,23)
“... pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade;” (Efésios 5:9)
“O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores.” (Tiago 3:18)
“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.” (João 15:16)
O Pai, em sua grande paciência, aguarda que sejamos árvores que produzam muitos frutos para o Seu Reino. Produzir frutos significa usar os dons e talentos que Deus nos concede não apenas a nosso serviço, mas principalmente a serviço do Evangelho, do próximo. Produzir frutos significa desenvolver, em nossa vida, em nosso caráter e personalidade, as qualidades que o Espírito Santo promove naqueles que buscam a Deus. Produzir frutos significa olharmos as pessoas e agirmos com elas de maneira semelhante a que Jesus olharia e agiria.

Se estivermos sendo infrutíferos, peçamos então ao Pai, em oração, para que manifestemos Seus frutos de vida; peçamos a renovação dos frutos do Seu Espírito em nós e Jesus, o Servo do Senhor, certamente, assim como o vinhateiro, estará disposto a não somente interceder, mas também a cuidar de nós.

Que Deus nos abençoe!

Cesário C. N. Pinto

Itapajé – CE, 21 de Julho de 2013.      
           

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